Assinar a Pele
Se desde seiscentos o porto da Horta é uma referência incontornável no panorama da navegação mundial; a partir de setecentos – aquando da passagem do capitão Cook – as tatuagens reentraram no dia-a-dia da cidade, porquanto representativas de símbolos taumatúrgicos e de proteção da supersticiosa comunidade dos marinheiros, sejam de guerra, sejam mercantes. Esse quotidiano, de um porto de descanso, é aqui representado e desvelado e é o caldo cultural e civilizacional profundo de onde brotam os atuais artistas, mais numerosos do que inicialmente se poderia suspeitar, fazedores de arte na pele, que daqui oriunda, circula pelo mundo inteiro, por vezes, exposta outras, escondida. Honrar essa tradição, de cultura, de maritimidade e de magia líquida, é a intenção da atual mostra, que conta com a memorável presença sonora de Zeca Medeiros.
Esta exposição estará patente ao público até 31 de outubro, na sala de exposição temporárias da Casa Manuel de Arriaga, de terça a domingo, no horário de funcionamento da Casa Manuel de Arriaga.