100 Anos de Aviação Naval
De 10 de janeiro a 27 de fevereiro, estará patente ao público uma exposição alusiva aos 100 Anos da Aviação Naval dos Açores, preparada pela Marinha - Comando da Zona Marítima dos Açores e que, na Horta , conta com a colaboração do Museu da Horta e da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça.
Criada há mais de 100 anos, em plena Grande Guerra, a Aviação Naval, componente aérea da Marinha, conheceu intensa atividade ao longo da sua existência, prestando relevantes serviços ao país, tendo contribuído ainda para o reconhecimento de Portugal nos anais dos grandes feitos da aeronáutica mundial, ao protagonizar a Travessia Aérea do Atlântico Sul.
O “Serviço de Aviação da Armada” foi criado em 28 de setembro de 1917, muito devido às iniciativas de Sacadura Cabral, sendo que a atividade operacional teve início a 14 de dezembro desse mesmo ano na Doca do Bom Sucesso – a primeira base aeronaval da Marinha Portuguesa, de onde partiram alguns dos mais significativos e heroicos raids aéreos da História da Aviação. Em 1952, foi transferida para novas instalações no Montijo, passando a chamar-se oficialmente “Centro de Aviação Naval Comandante Sacadura Cabral", tornando-se no que é hoje a Base Aérea do Montijo.
Em 1918, Adolfo Trindade, um piloto naval açoriano, propõe a criação do “Centro de Aviação dos Açores” para hidroaviões na ilha do Faial e durante a Grande Guerra Mundial, que com o Armistício em 1919 seria transferido para Ponta Delgada e por fim sendo desativado em 1921. Na sequência da Segunda Guerra Mundial, este centro foi reativado novamente em Ponta Delgada, tendo sido desativado definitivamente em 1946.
A Aviação Naval esteve também presente com bases em Aveiro, criada pelos franceses durante a Grande Guerra, que veio dar origem à base aérea de S. Jacinto. Em Macau foi também ativado um centro de aviação naval no período de 1927 a 1932 e de 1938 a 1942.
A primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro, em 1922, foi efetuada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, tendo sido um dos acontecimentos mais marcantes da aeronáutica mundial.
A Esquadrilha de Helicópteros, criada em 8 de junho de 1993, com cinco aeronaves do tipo Westalnd Lynx MK95, é a continuadora da tradição da Aviação Naval. Estas aeronaves foram adquiridas para dotar as fragatas da Classe Vasco da Gama, de um meio aéreo orgânico embarcado.
O Lynx MK95, embora desenhado para a luta antissubmarina, tendo vindo a demonstrar ao longo dos anos ser uma aeronave bastante versátil, empregue em missões de interdição marítima, realizando a inserção de equipas de vistoria a bordo de navios suspeitos e executando operações de evacuação de não combatentes e de manutenção da paz. Estes meios, continuam a ser ativamente empregues em missões no âmbito NATO, ONU e UE, assim como de cariz puramente nacional, quer seja no âmbito de forças militares nacionais quer seja em operações para repressão de ilícitos marítimos em colaboração com outros agentes do Estado.
Após mais de 27 anos de operação e com mais de 23.000 horas de voo, em segurança, a Esquadrilha de Helicópteros é uma unidade que já atingiu a sua maturidade e que avança agora para uma nova etapa, com a modernização dos seus cinco helicópteros para o padrão MK95A.
A Direção Regional da Cultura informa que este e outros eventos estão disponíveis para consulta na Agenda Cultural do Portal CulturAçores, no seguinte endereço eletrónico www.culturacores.azores.gov.pt.